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2008-05-29

POETAS PORTUGUESES

Pedro Homem De Melo Para recordar

FONTE

  • Meu amor diz-me o teu nome
  • Nome que desaprendi...
  • Diz-me apenas o teu nome.
  • Nada mais quero de ti.
  • Diz-me apenas se em teus olhos
  • Minhas lágrimas não vi,
  • Se era noite nos teus olhos,
  • Só porque passei por ti!
  • Depois, calaram-se os versos
  • Versos que desaprendi...
  • E nasceram outros versos
  • Que me afastaram de ti.
  • Meu amor, diz-me o teu nome.
  • Alumia o meu ouvido.
  • Diz-me apenas o teu nome,
  • Antes que eu rasgue estes versos,
  • Como quem rasga um vestido!

2008-04-04

OS NOSSOS POETAS

Foto net

  • Hoje de manhã sai muito cedo,
  • Por ter acordado ainda mais cedo
  • E não ter nada que quisesse fazer...
  • Não sabia que caminho tomar
  • Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
  • E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
  • Assim tem sido sempre a minha vida, e
  • Assim quero que possa ser sempre --
  • Vou onde o vento me leva e não me
  • Sinto pensar.

  • Fernando Pessoa

2008-04-02

RECORDANDO OS NOSSOS POETAS

Foto: Wikipedia

  • A VIDA

  • Foi-se-me pouco a pouco amortecendo
  • a luz que nesta vida me guiava,
  • olhos fitos na qual até contava
  • ir os degraus do túmulo descendo.
  • Em se ela anuviando, em a não vendo,
  • já se me a luz de tudo anuviava;
  • despontanva ela apenas,despontava
  • logo em minha alma a luz que ia perdendo.
  • Alma gémea da minha,e ingénua e pura
  • como os anjos do céu (se o não sonharam...)
  • quis mostrar-me que o bem bem pouco dura!
  • Não sei se me voou, se ma levaram:
  • nem saiba eu nunca a minha desventura
  • contar aos que inda em vida não choraram...
  • João de Deus
  • 2008-02-20

    HOMENAGEM A VICTORINO NEMÉSIO

    SE BEM ME LEMBRO...

    2008-01-29

    SEM COMENTÁRIOS

    Enviado por e mail com informação que saiu no financial Times em 13-10-2007.

    2008-01-25

    SERÁ SINA?

    FOTO-OSVALDO GAGO

    Segundo Guerra Junqueiro, já fomos assim.

    Mas, felizmente, hoje a malta é outra ... será?? " Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...) Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda duma lotaria. A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)" (Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896)

    2008-01-07

    PORTUGAL MERECE MELHOR

    Gostei mesmo. Mais do que ter gostado, adorava ter tido a capacidade de o ter escrito. (Velhos) António A. Sales
    Quando ouvi pela rádio a justificação do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para as penalizações fiscais dos pensionistas contempladas no orçamento de estado para 2008 (e para anos seguintes), fiquei estupefacto e esperei para ler nos jornais pois supus que teria ouvido mal. Os meus piores juízos foram confirmados, ou seja, tratava-se da necessidade (sublinhado meu) de estabelecer «maior equidade entre a situação dos trabalhadores no activo com a dos pensionistas com idêntico rendimento» (Correio da Manhã, 16.10.07, pág.19) como se estes tivessem hoje as mesmas possibilidades daqueles em obter rendimentos. Mais vírgula menos vírgula este excelso pensamento de justiça social vinha expresso, pelo douto ministro, fiscalistas e economistas, em todos os jornais. Era, pois, indubitável que os pensionistas portugueses gozam de «benefício excessivo» (CM, idem, idem), em relação aos trabalhadores. É difícil medir o grau de humilhação que um pensamento destes provoca em velhos (chamo deliberadamente velhos e não idosos), que trabalharam e descontaram, sobretudo daqueles cujas pensões são pouco avantajadas. As pensões hoje pagas pelo Estado não são um bónus mas o resultado do trabalho de quem, ao longo da vida, contribuiu para a riqueza nacional. Todos sabemos que os cofres da nação estão secos. Estão secos desde de 1830 (isto para não ir mais atrás), com monarquia ou com república, com ditadura ou com democracia, com Brasil ou União Europeia. Os cofres na nação estiveram sempre secos para o povo e sempre os governos resolveram esse desiderato vindo ao povo buscar os restos da sua pobreza. Mas se hoje estão secos não é apenas pela baixa produtividade dos trabalhadores portugueses, como se procura fazer crer, mas sobretudo do desregramento nos gastos da coisa pública, na má administração de governos sucessivos, das obras adjudicadas e concluídas a custos triplo e quádruplo do previsto, do compadrio e apadrinhamento dos partidos que encheram a administração pública com os seus serventuários militantes, quadros, amigos e familiares, dos institutos e empresas públicos gastando sem controlo e sem vergonha o dinheiros dos contribuintes, de uma máquina estatal burocrática, madraça e inoperante, da rede de interesses cruzados que conferem à democracia portuguesa opacidade. De tudo isto não são os velhos, na sua esmagadora maioria, que têm a culpa, embora hoje existam entre eles outros que noutro tempo também a tiveram. Contudo, o essencial da questão nem é isso, mas fundamentar a redução efectiva das pensões por comparação com aqueles que se encontram no activo e podem obter rendimentos dos seu trabalho, da sua iniciativa, da sua juventude, com outros que a idade impede de tudo isso e mesmo agrava, só pode ser interpretado como um pensamento economicista, sensível à despesa, ao défice, à ganância do estado pelos impostos. A sua «maior equidade» não é justa, nem digna, nem ética, nem humana, mas exactamente o contrário de tudo isso. É por isso que não consigo digerir o princípio (socialista?) que afecta os velhos ao equilíbrio com os novos, em descontos. É ofensivo! Mas não é apenas ofensivo como humilhante! O que sobre os velhos em Portugal a hipocrisia esconde deixa-se insinuar nas entrelinhas das estatísticas com os milhões de euros que custam à nação, com centros de saúde e urgências de hospitais que se fecham, com serviços que se lhes retiram, com pequenos benefícios que se lhes subtraem como um excedente que não merecem como se os velhos fossem um corpo social inútil, um estorvo económico incómodo para o défice, concorrendo para fazer de Portugal uma coisa triste. Mesmo com cuidados palitativos (que são isso mesmo, paliativos), é atormentar-lhes ainda mais a proximidade da morte. Portugal devia envergonhar-se da forma como trata os seus velhos e uma nação que não ama os seu velhos pode cantar ao pagode as loas que quiser mas não é uma nação, apenas um povo que vai perdendo os seus valores e apodrecendo por dentro na embriaguez da riqueza de poucos apoiada na pobreza de muitos. Domesticados pelo circo político, bêbados pelo prazer pago a prestações para toda a vida, iludidos pela sedução dos sacrifícios de hoje para um amanhã melhor sempre adiado, essa nação é também um povo de velhos e tal como hoje os trata assim será tratada um dia como povo e como pátria. Jamais imaginei que os ideais de esquerda humanista que recebi na juventude teria de os ver sub-repticiamente excluídos da sociedade portuguesa. Um dia Mário Soares disse que tinha guardado o socialismo na gaveta, não disse, porém, que a tinha fechado à chave. O Portugal do socialismo moderno, liberal, global, abriu a gaveta, foi buscar o socialismo e meteu-o no contentor do lixo. Talvez seja tempo das antigas vozes socialistas ainda vivas lembrarem ao povo português que apesar de se obrigarem professores a trabalhar com doenças terminais e se fazerem buscas policiais a sindicatos com agentes à paisana, esse povo tem o direito, de facto, à indignação e deve indignar-se de uma maneira firme e incontestável.

    2008-01-03

    É O PORTUGAL DE SEMPRE.....

    FELIZMENTE QUE..... Uma análise da política em Portugal, no primeiro dia do ano é benéfico, e dá-nos ânimo para prosseguir!...
    «Há muitos anos a política em Portugal apresenta este singular estado: Doze ou quinze homens sempre os mesmos, alternadamente, possuem o poder, perdem o poder, reconquistam o poder, trocam o poder... O poder não sai duns certos grupos, como uma péla que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas à outras, pelo ar, numa explosão de risadas.Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no poder, esses homens são, segundo a opinião e os dizeres de todos os outros que lá estão, - os corruptos, os esbanjadores da fazenda, a ruína do país, e outras injúrias pequenas, mais particularmente dirigidas aos seus caracteres e às suas famílias.Os outros, os que não estão no poder são, segundo a sua própria opinião e os seus jornais - os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, os interesses do país e a pátria.Mas, cousa notável!Os cinco que estão no poder, fazem tudo o que podem - intrigam, trabalham, para continuar a ser os esbanjadores da fazenda e a ruína do país, durante o maior tempo possível! E os que não estão no poder movem-se. Conspiram, cansam-se para deixar de ser - o mais depressa que puderem - os verdadeiros liberais e os interesses do país!Até que enfim caem os cinco do poder, e os outros - os verdadeiros liberais - entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da fazenda e ruína do país, e os que caíram do poder, resignam-se cheios de fel e de amargura - a vir ser os verdadeiros liberais e os interesses do país.Ora como todos os ministros são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não tenha sido por seu turno esbanjador da fazenda e ruína do país...Não há nenhum que não tenha sido demitido ou obrigado a pedir demissão pelas acusações mais graves e pelas votações mais hostis...Não há nenhum que não tenha sido julgado incapaz de dirigir as coisas públicas, - pela imprensa, pela palavra dos oradores, pela acusação da opinião, pela afirmativa constitucional do poder moderador...E todavia serão estes doze ou quinze indivíduos os que continuarão dirigindo o país neste caminho em que ele vai, feliz, coberto de luz, abundante, rico, forte, coroado de rosas, num choito [trote miúdo e sacudido] triunfante!» Felizmente que esta crónica foi escrita no ano de 1871..., sim 1871, senão teríamos que ficar muito preocupados, e muito atentos... Qualquer semelhança com a política actual no nosso país, não é, (desculpem!!!) é pura coincidência. In : "As Farpas", de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, Junho de 1871
    Sito -blog Lisboa no Guiness

    2007-12-14

    TRIBUTO A BEATRIZ COSTA

    foto -aminharadio

    foto -guia da cidade

    CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO

    Foto :

    António Silva pela cumplicidade entre eles nos filmes que fizeram .

    2007-10-15

    A FOME NO MUNDO

    FOTO: WEBBLOGVOZDOSEVEN
    Pobreza: 27 mil portugueses na iniciativa «Levanta-te»Cerca de 27 mil portugueses deverão aderir quarta-feira à iniciativa «Levanta-te» contra a pobreza para assinalar o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, uma das metas traçadas pela ONU nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Uma em cada seis pessoas no mundo vive em condições de pobreza extrema, não tem acesso a medicamentos nem à educação básica, indicam dados internacionais. Em Portugal, um em cada cinco vive em situação de pobreza. Por outro lado, 12 por cento da população global - ou seja, o grupo dos 22 países mais ricos do mundo, em que se inclui Portugal - consome 80 por cento dos recursos naturais disponíveis. A iniciativa desenvolvida em Portugal pela Campanha Pobreza Zero deverá registar-se um pouco por todo o país em escolas, empresas e associações entre as 21:00 do dia 16 e as 21:00 do dia 17. As inscrições para esta iniciativa começaram há cerca de três semanas e, segundo a organização, a perspectiva de adesão já ultrapassa os valores atingidos em 2006. Em 2006, 20 mil portugueses inscreveram-se na acção «Levanta-te contra a pobreza», contribuindo assim para o número mundial de 23,5 milhões de pessoas que aderiram a iniciativa. Estes milhões de vozes recordaram aos líderes mundiais que a cada dia que passa 50 mil pessoas morrem de pobreza extrema, que o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior e que os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, assumidos pelos governos nas Nações Unidas de reduzir para metade a pobreza extrema até 2015, estão em risco. Este ano já estão inscritos 27 mil portugueses que em vários pontos do país se propõem realizar acções que possam de alguma maneira chamar atenção para a pobreza no mundo. Mais de 60 escolas desde o pré-escolar até ao ensino universitário aderiram ao «Levanta-te contra a Pobreza», sendo as crianças e jovens convidados a vestir de branco. Na Alameda da Cidade Universitária os estudantes do ensino superior decidiram aderir à iniciativa mundial criando a acção «Desperta contra a Pobreza». O objectivo é reunir centenas de estudantes universitários numa cama gigante para que os participantes se «deitem juntos» e «despertem juntos contra a pobreza». Para participar nesta curta sesta, explicam os organizadores, os estudantes terão apenas de se dirigir à tenda da Associação PAR, situada ao cima da Alameda, para levantar o número de participante e uma almofada insuflável. Ainda na zona da Grande Lisboa, pela primeira vez uma vila inteira vai mobilizar-se. A vila de Caneças vai aderir à iniciativa mundial com a ajuda da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Caneças e da Banda da Sociedade Musical e Desportiva de Caneças. A partir das 21:00 de terça-feira percorrerão as ruas da vila com o convite: ao passar da banda junte-se a nós. Os organizadores querem ter mil pessoas no Largo de Caneças para ajudar a bater o recorde do Guinness estabelecido em 2006. O desafio passa por convencer os residentes a vestir um peça de roupa branca ou levar um lenço branco e juntar-se ao cortejo que vai parar no Largo do Coreto onde, a partir das 21:30, as pessoas começarão a concentrar-se para assistir a um filme alusivo a situação da pobreza no mundo. Depois de ser lido o manifesto da campanha serão lançados balões brancos. Ainda na zona de Lisboa, está prevista a realização às 17:30 do dia 17, em Telheiras, de uma «assobiadela contra a pobreza» assim como de um desfile com cordão humano desde a estação do metro até à esquadra da PSP onde será entregue um manifesto dirigido ao Governador Civil de Lisboa. No Porto, está programado um cordão humano na rotunda da Boavista às 21:00 de terça-feira (véspera do dia internacional) com um grupo de sem-abrigo e dos que diariamente cuidam deles nas ruas portuenses. Em Setúbal, um dos distritos com maior índice de desemprego, a escola secundária Romeu Correia vai também aderir à iniciativa. Mais a sul, em Olhão, o movimento estudantil da cidade vai realizar na noite de terça-feira um workshop de arte circense assim como largadas de balões. A Delta cafés é uma das empresas que decidiu aderir à campanha contribuindo com a divulgação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio nas suas saquetas de açúcar. No total são 20 saquetas para coleccionar e que ajudam a despertar a sociedade para o problema. A campanha Pobreza Zero foi lançada pela OIKOS em 2005, ano de importantes acontecimentos, tais como a Cimeira da ONU do Milénio + 5, a reunião do G8 na Escócia, onde foram perdoadas dívidas de vários países pobres e a Cimeira da OMC, onde se discutiram também importantes questões do comércio internacional.
    Actualmente a campanha é desenvolvida com mais organizações: a Amnistia Internacional, os Médicos do Mundo e a Quercus.
    Texto :Diário Digital / Lusa

    2007-10-10

    JARDIM REAL DA AJUDA

    DRAGOEIRO (dracaena draco)

    2007-09-21

    CASAS ANTIGAS DE LISBOA

    DUAS CASA DAS MAIS ANTIGAS DE LISBOA ( ALFAMA)

    PAISAIGENS DE LISBOA

    ESTUFA FRIA PARQUE EDUARDO VII

    2007-07-13

    POESIA PORTUGUESA

    FOTO (BLOG SANZALA)

    2007-06-01

    QUE TODOS OS DIAS PASSEM A SER DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

    AS CRIANÇAS MAL AMADAS

    As cranças mal amadas

    Têm os olhos

    Da cor da noite

    E uma nuvem

    No lugar do coração.

    As crianças mal amadas

    Gostam dos recontos

    Edos desencontos

    Da solidão.

    Não tem amigos

    Conversam com os dedos

    Não têm brinquedos

    E têm segredos

    Adormecem com medo

    Do Bicho Papão~

    (Poema de Maria João Domingos)

    FONTE-http://www.geocities.com/letraspaganini/poesiainf.htm

    2007-05-17

    AS GUERRAS QUE NÃO DEVEM SER ESQUECIDAS

    Spínola ainda conseguiu inverter a sorte da guerra – mas, em Março de 1973, os guerrilheiros do PAIGC, armados com mísseis ‘Strella’, começam a abater aviões. O 25 de Abril salvou os militares de uma humilhante retirada. As tropas portuguesas passaram na Guiné as maiores provações. O movimenCabral, o PAIGC, muito bem armado e servido por bases no Senegal e na Guiné-Conacri, tinha capacidade de combate e um aliado de peso – o terreno exíguo, pouco maior do que o Alentejo, entrecortado por centenas de braços de rios, grandes manchas alagadas e pantanosas. A Guiné era um atoleiro, comparável ao que o Vietname representou para a América.Os guerrilheiros lançaram o primeiro ataque em 20 de Janeiro de 1963, vigoroso e mortífero, contra o aquartelamento de Tite, a sul de Bissau. Em meados do ano, já ocupam as ilhas de Caiar, Como e Catungo. A região, farta em arroz e pastagens, era um formidável ponto de abastecimento e uma base de onde flagelava todo o Sudoeste. A vila de Catió, a segunda mais populosa da província, era abastecida por mar – e as barcaças de mantimentos recebiam o fogo da guerrilha no estreito canal que separa o continente das ilhas.Os chefes militares em Bissau hesitam na resposta. Só na semana do Natal, o comandante-chefe, brigadeiro Louro de Sousa, decide agir. Planeia a ‘Operação Tridente’, apenas lançada em 15 de Janeiro de 1964, sob o comando do tenente-coronel Fernando Cavaleiro. Envolveu um milhar de homens – e, pela primeira vez na História da Armada, participam nos combates dois destacamentos de fuzileiros especiais: um comandado por Alpoim Calvão, outro por Pacheco Ribeiro.A reocupação das ilhas não quebra a iniciativa militar do PAIGC. A partir de meados de 1964, os nacionalistas passam a dominar o Sul – onde os guerrilheiros se movimentam sob as ordens de um comandante de excepção, Nino Vieira. A guerra sofre um agravamento. Louro de Sousa é substituído como comandante-chefe por Arnaldo Schultz – que já exercera sem história o comando de um sector operacional em Angola. Schultz recebe consideráveis reforços. Ainda assim, é incapaz de travar a progressão da guerrilha. A tropa portuguesa perde a iniciativa. O general, que até aí enviava ao Governo enganadores telegramas sobre o curso da guerra, já não consegue disfarçar o embaraço. Salazar chama-o a Lisboa e faz avançar o brigadeiro Spínola, que chega a Bissau em Maio de 1968, na dupla condição de governador e comandante-chefe. Portugal estava à beira de uma desastrada derrota militar. Foi o primeiro oficial-general a explicar ao regime que as guerras travadas em África não tinham solução militar. Como comandante-chefe mudou a estratégia. Nada na Guiné ficou como antes. Num primeiro momento, altera o dispositivo militar. Cria as chamadas ‘zonas de intervenção do comando-chefe’, em áreas de forte domínio do PAIGC, sobretudo no Sul, verdadeiro inferno à face da terra. Consegue uma reviravolta nos confrontos travados na Guiné. Os militares portugueses, que nem respiravam sob a ameaça da guerrilha, ganham combates.Spínola, de camuflado e monóculo, fiel ao princípio de que um comandante está onde estão os seus homens, acompanha de perto as operações. Cultiva a imagem de valente cabo de guerra. Alimenta o mito. Monta em Bissau uma máquina de propaganda. A Imprensa estrangeira dedica-lhe manchetes como a nenhum outro português. A par da demonstração de força, põe em marcha um ousado projecto político de conquista das populações traduzido no slogan ‘Uma Guiné Melhor’: o governador ouve os guineenses, nascem os Congressos do Povo – manifestação de democracia directa numa colónia de um regime avesso à liberdade.O movimento de guerrilha passa agora por grandes dificuldades. Sucedem-se as operações de “curta duração e de grande violência” lançadas por tropas especiais. Spínola cria duas unidades de elite formadas exclusivamente por guineenses – o Batalhão de Comandos Africanos e o Destacamento de Fuzileiros Especiais 21. Os ‘fuzos’ deixam de estar sob as ordens do Comando de Defesa Marítima e são integrados, como os comandos e os pára-quedistas, em forças de reserva do comandante-chefe: já não actuam apenas até onde chega o bote, mas como infantaria com grande poder de combate. O comandante Alpoim Calvão, fuzileiro especial, um dos mais louvados combatentes, volta à Guiné a pedido de Spínola. OPERAÇÕES EM TERRAAs operações em terra são executadas sempre com o apoio de bombardeamentos pela Força Aérea. O domínio do ar era um bem precioso para a vantagem militar. Aviões e helicópteros semeiam o terror entre os guerrilheiros, abrem caminho às tropas em terra, transportam material de guerra, evacuam feridos e mortos.Os êxitos não lhe perturbam o espírito. Aos oficiais não pede que ganhem a guerra: exige-lhes que não percam – enquanto procura uma solução política. Inicia contactos com Leopold Senghor, presidente do Senegal. Spínola quer chegar a Amílcar Cabral. Imagina que importantes quadros do PAIGC podem abandonar o partido e aderir à nova política – meio caminho andado para forçar Cabral às negociações. Entrega aos majores Passos Ramos, Pereira da Silva e Magalhães Osório a missão de convencerem os nacionalistas a deporem as armas.Os três majores montam uma rede de informações e encontram-se com dirigentes moderados do PAIGC. Reúnem-se com chefes guerrilheiros. Fazem a paz em todo o ‘Chão Manjaco’ e no vizinho ‘Chão Mancanho’, na região de Bula. Na manhã de 20 de Abril de 1970, partem desarmados para mais um encontro. Vão negociar a paz em ‘Chão Balanta’. Spínola estava para ir – mas um providencial acaso fê-lo ficar em Bissau. Os majores foram ao encontro da morte. Uma facção do PAIGC matou-os à catanada.Spínola, já com as estrelas de general, não desiste de encontrar uma solução para a guerra. Sonha para as colónias um modelo de autodeterminação do tipo federal – a começar pela Guiné. Em Maio de 1972, encontra-se em Cap Skining, na costa senegalesa, com Leopold Senghor, que aceitara o papel de intermediário de Amílcar Cabral. A reunião tem alguns riscos. Os oficiais mais próximos de Spínola receiam um atentado. Desconfiam de infiltrações da linha radical do PAIGC em sectores militares do Senegal. O general iria ao encontro de Senghor acompanhado pelo chefe de Gabinete, Nunes Barata (hoje, embaixador), e pelo chefe da PIDE, Fragoso Alas. A ocasião é boa para uma armadilha. É montada uma operação secreta de segurança.Uma companhia de pára-quedistas toma posição na zona do encontro, enquanto aviões e helicópteros sobrevoam a área a grande altitude. O comandante da operação, Carlos Fabião, está a bordo de um ‘heli’. Ao mínimo sinal de perigo, toda a área seria bombardeada do ar. A seguir, avançavam os ‘páras’. Spínola não podia ser apanhado pelo PAIGC – nem vivo, nem morto. O encontro entre Spínola e Senghor decorre sem problemas. Chegam a acordo: cessar-fogo por um período de transição de dez anos, após o qual seria sufragada uma solução para a Guiné – independência ou federalismo.O comandante-chefe voa para Lisboa. É recebido pelo presidente do Conselho, Marcelo Caetano, na última semana de Maio de 1972. Mas o chefe do Governo, pressionado pelos ‘falcões’ do regime, rejeita o plano de paz – com o argumento de que mais vale uma derrota militar com honra a um acordo com terroristas. O cabo-de-guerra volta amargurado a Bissau. Pede ao Governo que dê por terminada a sua comissão na Guiné. A recusa de Marcelo Caetano terá efeitos desastrosos. Senghor, irritado com a cegueira portuguesa, abre as fronteiras à instalação de bases da guerrilha. Meses depois do encontro de Cap Skining, em finais de 1972, a tropa portuguesa está outra vez em grandes dificuldades – apertada agora numa forte tenaz com uma garra em Guileje, no Sul, e outra em Guidaje, no Norte. Um acontecimento surpreendente anuncia o pior aos portugueses: mísseis antiaéreos, os ‘Sam 7’, mais conhecidos como ‘Strella’, de fabrico soviético, assobiam nos céus do Sul. Os guerrilheiros fazem os disparos em Fevereiro de 1973, ainda sem êxito. Mas em 25 de Março abatem um avião. Um Fiat G-91, pilotado pelo capitão Miguel Pessoa, é atingido: o aparelho preparava-se para regressar à base, nos arredores de Bissau, após ter executado um bombardeamento na zona de Guileje. O piloto consegue ejectar-se. Os mísseis travam a Força Aérea – e as tropas terrestres, sem o apoio dos bombardeamentos, perdem vantagem. Spínola, que já pedira a demissão, é substituído, no Verão de 1973, pelo general Bettencourt Rodrigues. A situação da Guiné é tão desesperada como nunca. O 25 de Abril de ‘74 salva os militares portugueses de uma humilhante retirada.QUEM SÃO OS FUZILEIROS?MAR E TERRAOs fuzileiros são tropas especiais que utilizam os meios da Marinha Portuguesa e helicópteros. No ‘teatro de operações’, comportam-se como a Infantaria Armada. A partir de 1961, os fuzileiros vestiram os camuflados portugueses para mais uma vez partirem para a guerra com a Guiné, Moçambique e Angola. Foram 14 anos em que mais de 14 mil militares desta força especial combateram entre a selva e os rios. Para trás ficava um vasto historial daquelas que foram as tropas do Terço da Armada da Coroa de Portugal – criado em 1621.Os cursos para fuzileiros são de extrema dureza física e psicológica. No curso de formação de grumetes (que sucede à recruta) testa-se a capacidade de decisão sobre cansaço e stress. Os alunos são largados à noite no mato e perseguidos até alcançarem a base militar, a 30 quilómetros, sem uso de instrumentos de orientação; entram no lodo, de G3 às costas, e fazem uma prova de esforço que dura horas; remam no Rio Sado, durante uma noite e parte de um dia, sem parar; dormem na mata, alimentam-se da ração, estudam técnicas de combate e aprendem a montar uma arma. Cerca de 30 por cento destes aspirantes a fuzileiro desiste logo nas primeiras semanas de curso. Diz-se na Escola de Fuzileiros de Vale do Zebro, no Barreiro, que têm de merecer a boina desta ‘tropa de elite’ da Marinha – ramo das Forças Armadas ao qual pertencem. Os fuzileiros estão sempre preparados para a guerra. Esta tropa especial está equipada com armas ligeiras – como as clássicas pistola-metralhadora Walter ou as espingardas automáticas G3 –, morteiros, armas anticarro – como o imponente canhão sem recuo Carl Gustaf de 84 milímetros – e meios anfíbios – lanchas de desembarque médias, viaturas e blindados anfíbios e os botes de borracha.AS DUAS FACES DA MESMA MOEDAALPOIM CALVÃOAlpoim Calvão, oficial da Marinha, fuzileiro espacial, tirou o curso em Inglaterra. Cumpriu duas comissões na Guiné. A última já sob as ordens do comandante-chefe Spínola. A sua destreza na guerra colonial tornou-o lendário. É um dos militares portugueses mais medalhados. Fundou o MDLP inspirado em Spínola, que depois foi dissolvido em Abril de 1976 pelo próprio general.- O general Spínola considerou exercer um plano socioeconómico a par de uma manobra militar; Considera que foi a estratégia adequada à Guiné?- O objectivo da guerra não é militar, é de conquista de populações. Por conseguinte, a manobra socioeconómica era tão importante como a manobra militar.- Nesse contexto, considera que se fez bom uso das unidades militares?- Sim, foi feito um bom uso das forças militares e também se fez boa aplicação dos princípios da manobra socioeconómica.- A ponto de considerar que os fuzileiros foram utilizados da melhor forma?- Os fuzileiros ali eram uma força especial como outras. Vocacionados para o trabalho nas chamadas linhas interiores mas que pela topografia da Guiné os fuzileiros podiam ser empregues em qualquer sítio.- Como avalia o comando militar do general Spínola?Acho que foi um comando muito imaginativo, que se pode considerar brilhante.- Entre 1968 e 1972, o comandante-chefe conseguiu atingir um equilíbrio táctico entre as forças portuguesas e a guerrilha. Mas depois Portugal começa, de novo, a sentir grandes dificuldades; Considera que poderia, de alguma forma, ter sido diferente?- Estou de acordo com essa apreciação. A guerra, por estranho que pareça, não tem soluções militares. Tem soluções políticas. Tem intervenções militares que podem ajudar às soluções políticas. Por isso, o que aconteceu deveu-se a uma solução da guerra que é sempre política. Não é militar.LUÍS BAÊNALuís Baêna, capitão-de-fragata fuzileiro, tirou o curso de Especialização em Fuzileiros Especiais. Cumpriu uma comissão na antiga província ultramarina da Guiné, entre 1972 e 1974, sob as ordens do comandante-chefe António Spínola. É autor do livro ‘Fuzileiros, factos e efeitos na guerra de África 1961-1964’ (Edições Inapa), que se foca numa recriação dos acontecimentos vividos pelos fuzileiros.- Considera que a estratégia do general Spínola de executar um plano socioeconómico em consonância com a manobra militar foi o mais adequado?- O investimento socioeconómico foi fundamental. Toda a parte de guerra psicológica – o investimento na população – revelou-se de fundamental importância.- Nesse contexto, considera que se fez bom uso das unidades militares?- Houve uma mudança nítida de estratégia, a partir de 1968, para passar a ser uma guerra mais ofensiva. O brigadeiro Spínola – que era brigadeiro que ele era na altura – tentou travar a infiltração inimiga no Rio Cacheu, no Norte, vinda do Senegal. E deixou algumas regiões do Sul mais desguarnecidas. Houve uma preocupação patente da Marinha pelo menor cuidado no Sul.- Concorda com a estratégia usada para empenhar os fuzileiros?- Com a utilização de forças especiais como forças de quadrícula, é evidente que não. Cansam-se, desgastam-se, desmotivam-se e, quando é necessário intervir em acções mais especiais, a força anímica está quebrada. Podiam ter tido um melhor emprego.- Como avalia o comando de Spínola?Não faço de maneira nenhuma uma crítica à estratégia de chefes. O mais interessante: a Marinha, no início, tinha o comando operacional das grandes operações feitas. Na ultima fase já não. Os fuzileiros estavam atribuídos aos comandos de grupos operacionais espalhados por todo o território.- Mas isso tirava autonomia à Marinha?Afirmativo que sim. Geraram-se situações complicadas entre os comandos.PERFIL DE UM CABO-DE-GUERRAGENERAL DO MONÓCULOO jovem alferes, alto e seco de carnes, passeia elegância nos bailes de Cavalaria. Apaixona-se por Maria Helena, filha do general Monteiro de Barros, comandante-geral da GNR. Casam-se. Spínola passa a servir na Guarda Nacional Republicana. Faz hipismo – ganha medalhas, taças e um torção na coluna que o apoquenta o resto da vida. Durante a Segunda Guerra, visita a Escola de Carros de Combate e assiste, na Frente Leste, a manobras do general Rommel com a Divisão Panzer. Regressa encantado.Generais famosos desse tempo tinham um marca única: Rommel usava a viseira de tanquista ao pescoço; MacArthur exibia os óculos Ray Ban e o cachimbo de maçaroca de milho; Patton apresentava-se de capacete e revólveres com as coronhas de marfim. Passou a usar monóculo. Comanda a força da Guarda que ocupa o Barreiro. Em 1961, quando estala em Angola a Guerra Colonial, Spínola, tenente-coronel, já tinha passado à reserva: Champalimaud levara-o para administrador da Siderurgia. Pede para ser reintegrado – mas a idade, tem 51 anos, não lhe permite ser mobilizado.Oferece-se como voluntário. Embarca à frente de um batalhão e combate no Norte de Angola. Nunca mais volta à vida civil. Cheirava-lhe a guerra. Finda a comissão na Guiné, regressa à Metrópole carregado de prestígio. O Governo criou um cargo só para ele, o de vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. O chefe era o amigo Costa Gomes, o Chico, como Spínola o tratava. Zangaram-se irremediavelmente após o 25 de Abril. É autor do livro ‘Portugal e o Futuro’. Manuel Catarino FONTE: CORREIO DA MANHÃ 19-11-2006

    2007-03-20

    = QUATRO ANOS NO IRAQUE=

    imagem net
    Exemplos da acção das tropas no Iraque para implantação da democracia e criar um país livre............................

    2007-03-13

    IMORTÁIS

    Se serviste a Pátria e ela te foi ingrata,
    tu fizeste o que devias, ela o que costuma.
    "Padre António Vieira

    2007-02-16

    AO POETA AO RESISTENTE

    QUE CANTOU A LIBERDADE
    TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM
    Amigo
    Maior que o pensamento
    Por essa estrada amigo vem
    Não percas tempo que o vento
    É meu amigo também

    Em terras
    Em todas as fronteiras
    Seja benvindo quem vier por bem
    Se alguém houver que não queira
    Trá-lo contigo também
    Aqueles
    Aqueles que ficaram
    (Em toda a parte todo o mundo tem)
    Em sonhos me visitaram
    Traz outro amigo também.
    José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos
    (ZECA AFONSO)

    2007-02-13

    SINGELA HOMENAGEM

    IMAGEM GOOGLE
    FALAVAM-ME DE AMOR Quando um ramo de doze badaladas se espalhava nos móveis e tu vinhas solstício de mel pelas escadas de um sentimento com nozes e com pinhas, menino eras de lenha e crepitavas porque do fogo o nome antigo tinhas e em sua eternidade colocavas o que a infância pedia às andorinhas. Depois nas folhas secas te envolvias de trezentos e muitos lerdos dias e eras um sol na sombra flagelado. O fel que por nós bebes te liberta e no manso natal que te conserta só tu ficaste a ti acostumado. Natália Correia